sexta-feira, 4 de março de 2011

Carne... val?

Carnaval, um rito de percepção do significado do mundo, que separa o sagrado do profano, onde todas as transgressões sexuais são permitidas desde que sejam realizadas naquele determinado espaço de tempo. Será que o carnaval ainda tem espaço na nossa sociedade pós-moderna, onde as antigas transgressões sexuais, como sexo antes do casamento, orgias, relacionamentos abertos, bissexualismo, swing e demais vertentes são cada vez mais incorporadas e aceitas no cotidiano das pessoas? Poderemos um dia readaptar o rito do divino e do profano, satirizando o sagrado no carnaval, com festas monogâmicas heterossexuais? Seria engraçado!!!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Apenas uma frase

Deitada em sua cama, observando o tempo passar, sem ao menos poder se distrair com a visão do que significaria a passagem do tempo, ela se conteve na concentração do seu próprio cheiro enquanto aguardava a chegada de seu próximo livro. Era como uma música para seu olfato, sendo a soma de vários aromas, cada um com uma intensidade distinta, uma melodia agradável. Como nota principal sentia o cheiro do tabaco, nas pontas dos dedos e no seu hálito, que por si só seria desagradável, mas misturado ao cheiro doce e tenro do perfume eu sua nuca e pulsos, tornava se um cheiro sexy e rústico, bem característico de sua personalidade.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Virada Cultural SP

Por que será que retiraram o palco do rap?

Acho que é obvio... A intenção da virada cultural apesar de realizar shows gratuitos é trazer para o antigo centro de São Paulo a elite cultural do estado. Um modo de fazer isso de forma imperceptível é a escolha das atrações, regada de muito MPB, samba de raiz e música eletrônica.

Não pude ver a virada este ano, mas no ano passado, o que era aquele espaço psicodélico de música eletrônica, onde todos dançavam alucinadamente com seus fones de ouvidos, o que aos olhos do público pareciam dançar sem musica... Um lance muito londrino... Eu particularmente adorei, bem urbano, moderno... Mas peralá, São Paulo é constituído por pessoas provenientes de todos os cantos do Brasil, que na emigração trazem suas culturas e gostos musicais com eles. Não é a toa que a banda Calipso é uma das bandas que mais vendem cd no país (sem falar nos CDs piratas).

A retirada do palco rap, um som que entre os sons ouvidos na periferia ainda é aceito, pois ao menos é visto pela nata intelectual como rimas inteligentes e que contestam a dada beleza e felicidade do Brasil e dos brasileiros, respectivamente, reitera a exclusão cultural da virada cultural.

Não contesto a importância do evento, porem não é simplementes pelo fato do evento ser uma das poucas realizações culturais de grande porte no Brasil que não podemos fazer críticas construtivas. O problema de segurança ocorrido no show dos Racionais em 2007 serviu apenas de argumento para a retirada do palco. Tanto que no ano de 2008 as atrações de hip-hop foram realizadas sem nenhum grande problema de "segurança" no parque Dom Pedro. Quando um evento nesse porte, que utiliza a ecleticidade cultural como alicerce, deixa de lado sons e culturas nacionais não podemos dizer que é um carnaval, tá mais para catequização do povo “bárbaro” e “sem cultura”.